29 dezembro, 2006

Quero de novo poder começar, mais uma vez renascer a procura de um lugar, de um descanso, de uma luta, de você. Quero poder ser e ser de novo a cada segundo. Deixo para trás o tempo e levo comigo as vitórias,as derrotas, os amores, o amargo, o colorido, a fé. Trago dentro de mim os vários momentos que vivi e me entrego para os outros que virão. É assim, a vida como roda - seja gigante, seja pequena, seja quadrada, seja redonda - A vida roda e gira e volta e anda e corre e para e nada e tudo de novo e de novo num eterno e prazeroso vai-e vem que alimenta, maltrata, alegra, desespera,ilumina, cansa, esperança. Feliz 2007 para nós que somos Fênix sempre e sempre.

04 novembro, 2006

O que sinto não é mágoa. O que sinto é saudade. Pela manhã minha pele pede seu calor, meu corpo sua violência. Não dou conta do seu silêncio.

Penso em você e assim me desconstruo para mim, para os outros e principalmente para você. Descobri que você não me quer meu, me quer seu. Assim, torno-me alicerce para a sua dor e você existindo enquanto eu desapareço. Eu desgovernado, também paralisado. O que existe entre nós é um abismo que tento preencher com o amor que você não quer. Meu amor para você é saúde, para mim é veneno que tomo ao poucos. Hoje minh'alma é sombria e meu quarto é frio. Hoje já não componho melodias, o que construo são fragmentos de saudade. A dor é de você. Basta uma palavra... Cadê? Conto vagalumes. O beijo que me deu trago comigo. As promessas joguei-as no mar. Sem elas os beijos são correntes e eu me afogo sem querer voltar.

25 outubro, 2006

Andei por terras desconhecidas e achei o desconhecido em mim. Um "estranho" Freudiano. Foi como despencar em um abismo sem redes de proteção. Cai de uma altura que não me permite voltar, mas que me fez renascer numa outra atmosfera. Acho que o sapo comprado em algum lugar do velho mundo revela a necessidade de ser anfíbio e poder circular entre mundos diferentes. Posso andar, nadar, rastejar, voar. Só não posso mais ser o que era. Um dia andando por um bairro chamado "gótico" tive a nítida sensação de que já havia estado ali. Uma daquelas impressões que não sabemos explicar mas que nos marcam de uma forma brutal. A mesma sensação me invadiu ao ver uma "vitória" que voa acima da cidade. Descobri sombras em mim. Restos. Aquilo que não sei nomear e que pulsa ora como som, ora como silêncio. Eu que pensava tirar férias me vejo agitado de novo. Agora agitado de vida, de expectativas , de desejo, do novo. Correr riscos é fazer marcas. Hoje sou traço de tudo que vi e que ainda, um dia, será desenho.

25 agosto, 2006




É isso.

23 agosto, 2006

Nunca quis te roubar para mim. Nunca quis que você fosse uma jóia minha, guardada longe dos olhos dos outros. Nunca quis que você fosse mais meu. Não te quero meu, te quero seu... Te quero inteiro, forte, dono de si, independente. Porém, às vezes gostaria de te prender, te esconder. Não dos outros, mas de você. Te esconder dos seus desejos, das suas verdades e necessidades. Gostaria que você me perguntasse se podia... eu te diria que não, te diria que sim... eu estaria aí, perto de você, dentro de você, como consciência. Gostaria que fosse fácil. Mas você deseja... e muitas vezes não sou eu... É difícil para mim não ser o desejo do outro. Tropeço quando não me reconheço, quando não me vejo refletido. Aliás, não tropeço. Eu caio, e como é difícil cair. Psicanálise a parte, ontem descobri que você me viu errado, embaçado, desfocado. Percebi que aquele que eu pensava ser já não estava mais lá, não para você. Você me olhava, mas não me via. O seu amor não me viu. Ao contrário, o meu te enxergou completamente. Te vi através do escuro, te reconheci assim que meus olhos cruzaram os vidros. Vi você amedrontado,assustado, recuado. Não era para eu estar ali. Não queria ter estado, não queria ter te visto. Queria ter te achado dormindo, assim eu seria louco e de manhã acordaria meio triste, mas inteiro. Hoje acordei deficiente. Deficiente de mim. Deficiente de você. Acordei sem ter porquê. Levantei para procurar respostas, assim poderia te achar e tudo ficaria como antes. Não achei. Te perdi. Me perdi.
Sou passional, excessivo, louco varrido. Hoje estou como quem cata vento, raquítico de esperança. Minha doença é desnutrição. Minha doença é não saber você.
Eu amo. Descobri que isto faz toda a diferença.

22 agosto, 2006

Gostaria de me prender nas asas de um pássaro e assim poder voar para longe daqui. Gostaria de um silêncio que não gritasse dentro de mim. Gostaria de um silêncio calado, sem ecos, sem imagens. Passei a noite vendo filmes. As imagens insistem em se manifestar como espíritos que buscam um lugar e não encontram. Tudo é desatino nesta manhã de impossibilidades. Tudo é vontade de ter pensamentos que calem. Tenho uma banda dentro de mim. Não tenho maestro. Escrevo para dar conta da dor, mas o que sinto é uma vontade imensa de não existir, talvez porque o instante seja outro e eu continuo preso nas imagens de ontem. Talvez porque eu seja eu e este me arrasta para o vale do não sentido. O que sinto é queda, o que vejo é que não tenho chão.

16 agosto, 2006


Prozac, anafranil, lexapro, tofranil, pamelor, efexor, tryptanol, deprax, zetron, tolvon, zoloft, pondera, aropax, olcadil, rivotril, urbanil, frontal, apraz, lexotan, lorax, diazepan, valium, somalium, dormonid, rohipnol, imovane, haldol, semap, orap, flufenan, stelazine, melleril, dogmatil, zyprexa, leponex, socian, geodon, neurim, Tegretol, carbolim, progresse...

12 agosto, 2006

I.M.P.R.O.V.I.S.E

Saia da mesmice.

Desejo.

03 agosto, 2006

Edvard Munch - The Kiss - 1897

Nunca acreditei muito no amor, pelo menos naquele tipo que eu consumia vendo todas as novelas da globo. Era amor demais. Alto demais. Grande demais. Bonito demais. As pessoas sempre felizes, ou quando não, sofriam desesperadamente, mas no final lá estavam elas... Felizes para sempre. Para mim o amor sempre foi mistério indecifrável, inesgotável. Poder demais dentro do peito, da cabeça, do estômago. Não sei. Nunca soube. Sinto. Mas não sei por que. Queria saber, assim poderia tratá-lo, educá-lo, matá-lo. Não o meu, claro, ele vai muito bem, obrigado, mas poderia prestar consultoria... Ganharia muito dinheiro. Faria as pessoas deixarem de amar. No entando, o mundo perderia um pouco de charme. É bom amar, melhor ainda é ser correspondido, porém, isso não interessa muito ao amor. É claro que as pessoas querem ser amadas em retribuição, mas quando não são, o amor continua lá. O amor é nosso , não do outro. E assim, nós o levamos para onde queremos. Vez por outra para a cama, outras tantas para o médico, para o padre, para o analísta, para o bar. Quero levar o meu para o céu, como Abelardo e Heloísa. Em alguns momentos, é no inferno que ele habita, como Florbela, como Rimbaud. O amor é nosso, como nosso também é o ciúme e a inveja e a raiva e o perdão e o tédio e a doença e a solidão... assim, sem ponto, sem vírgula. Tudo nosso, juntos. O amor é sozinho, sem vizinho, sem amigos. É neblina, colina, roda-gigante. Coisa estranha é o Homem: ele ama, e aí ele não é mais dele, nem do outro, nem de ninguém. Ele é do amor. Ele pertence a outra lógica, àquela do mistério indecifrável. O amor foi dado a ele, com isso ficou perdido, louco varrido, desmedido, mas acima de tudo vivido, sentido, doído.

30 julho, 2006

Gustav Klint
O Beijo

É impossível não amar você. Lembro que quando te conheci minha linguagem foi um sorriso, assim meio sem querer atingir um alvo maior, mas suficiente para fazer parte de uma lembrança que poderia voltar como retribuição. Uma dia o sorriso devolveu um olhar, para logo mais se transformar em abraço, carícias, devoção. Depois de um fim de semana as palavras já eram insuficientes e eu tentava desesperadamente os superlativos. Descobri com você que o amor pode se comportar no espaço pequeno, do quarto, do coração. Ele não precisa, necessariamente, estar na sala de visitas ou no mundo todo. Descobri que posso amar e não precisa ser muito, basta ser do tamanho ideal que te conforme e não te faça desaparecer. Para mim é assim. O amor não pode subtrair o outro, embora ele se ache na gente não nos exclui para só ele nascer. Me vejo hoje pelo reflexo que sai de você. Confesso que busco mais que reflexos, mas hoje posso entender que eu não estou em você, mas no intervalo entre o que se revela e aquilo que se esconde. Assim, não preciso mais me buscar em você, embora nem sempre a multidão que habita o mesmo corpo concorde com isso. Tenho tentado calar os comigos, fazê-los expectadores pacientes do desabrochar daquele que escolhi para atuar, mas nem sempre é possível calar multidões, é preciso negociar, e muitas vezes o preço a pagar é bastante grande. Ontem o amor doeu como ferida aberta. Percebi que tentei muitas vezes não amar você, fico feliz por não ter conseguido. Você está aqui mesmo que não queira. Mas ainda assim o amor doeu. Acho que porque ainda está vivo, porque quer sempre renascer, porque não pode ser sem você, porque é maior que as outras vozes, porque você é você, porque não quero que ele acabe, porque é impossivel não amar você.

25 julho, 2006

"Às vezes parecia que, de tanto acreditar em tudo que achávamos tão certo,teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais:faríamos floresta do deserto e diamantes de pedaços de vidro.Mas percebo agora que o teu sorriso vem diferente,quase parecendo te ferir.Não queria te ver assim -quero a tua força como era antes.O que tens é só teu e de nada vale fugir e não sentir mais nada.Às vezes parecia que era só improvisar e o mundo então seria um livro aberto,até chegar o dia em que tentamos ter demais,vendendo fácil o que não tinha preço. Eu sei - é tudo sem sentido. Quero ter alguém com quem conversar,alguém que depois não use o que eu disse contra mim. Nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei.Tenho o que ficou e tenho sorte até demais,quando sei que tens também..."
Renato russo

19 julho, 2006

É curioso. Tanto tempo fechado e ainda sem estar aberto. Mas de qualquer forma aqui. Tempo de coisas boas, expectativas, ambições, conquistas. Hoje de novo sem escuta, contudo sob velhos-novos impactos que não demorarão a retornar. É só um tempo e eu espero que seja curto.
Novidades...
A viagem está chegando. Agora só faltam 2 meses e sete dias que vão demorar a passar. O roteiro já está quase pronto. Eu em súplicio e os meus companheiros de viagem tendo que me aguentar, e como ainda terão.
Acho que voltei, pelo menos hoje.

02 junho, 2006


Eu - FECHADO PARA BALANÇO
(por tempo indeterminado)

17 maio, 2006

Dia 16 de maio de 2006 acordei mais cedo para arrumar minhas gavetas. Há algum tempo tenho desejo de fazer uma faxina, mas hoje o desejo é necessidade. Algumas pessoas têm facilidade para fazer arrumações, querem arrumar mesmo quando não se precisa. Eu confesso, tenho alguma dificuldade, por isso não dormi bem na noite anterior, a verdade é :não durmo bem. O dia amanheceu com um lindo sol e poucas nuvens. Costumo considerar as pequenas coisas do cotidiano como presságios. Dia de sol, hoje, só pode ser bom sinal, assim, levantei, dei bom dia e fui ao trabalho. Percebi ao tentar abrir a primeira gaveta que alguma coisa emperrava, fiz força. Abri uma pequena fresta, mas que, pela claridade do dia, logo foram descobertas as primeiras peças. Gaveta cheia, pesada. Consegui ver que guardo muitas coisas. Não deu para ver tudo, mas sei que ela está cheia. Muitos presentes, muitas lembranças, muito de mim, do outro. Tenho por hábito colecionar coisas. Desde pequeno. Colecionei bolas de gude, carrinhos, canetas, figurinhas, fósforos, coisas sem grande utilidade, mas de alguma forma importantes. Minha mãe também guardava coisas. Acho que aprendi com ela. Lembro de um vestido pequeno, o primeiro da minha irmã. Quando ela teve seu primeiro filho, uma menina, o vestidinho ainda existia, mas ela não quis levá-lo. Ela também guardou nossas identificações da maternidade. Azul para os meninos, rosa para a menina. A minha está bastante desbotada. Guardar coisas pode ser perigoso. Se não tiver cuidado podem mofar, criar fungos, fazer mal. Tenho alergia, quando criança tinha bronquite. Minha mãe tinha alergia e morreu de uma causa imprecisa, estranha. Talvez tenha sido alergia de alma. Ouvi dizer que quando acontece, se não for tratada rápido, pode levar a morte. O problema é que o diagnóstico é difícil, a pessoa precisa falar. Minha mãe era calada. Sozinha.
Não forcei mais que uma fresta, não quero jogar tudo no chão e causar mais confusão. Quero ir devagar. Uma amiga que tem arrumado suas gavetas me sugeriu que eu contratasse ajuda. Foi o que fiz. Ela é calada, mas talvez me ajude a diferenciar o que preciso daquilo que não preciso mais. Não quero mais ter alergia, nem no nariz nem na alma. Vou primeiro tentar ver, depois saber. Vou lá, continuar. Ainda tem uma gaveta para desemperrar, uma alma para sarar e uma vida para saber.

Houve uma turbulência, o que fez com que seus pensamentos se dissipassem para outras imagens. Desde que saiu da sua casa não conseguiu fixar em nenhum ponto. Seus pensamentos ganhavam vida mesmo que um pouco dela estivesse morrendo a cada segundo. Em poucos dias faria aniversário e ao contrário de uma festa ou de uma viagem, como era costume naqueles dias, ela iria encontrar a dor. Não percebia nesse momento que seu futuro estava selado. Para sempre perdido, até o dia de hoje. Alguns anos se passaram e as lembranças daquela época ainda estão guardadas na memória. Hoje com menos sofrimento, mas ainda assim, pungentes. Mas a história é outra. Naquele dia ela perdeu mais que seu quarto ou outros objetos. Na realidade ela se despediu daquilo que poderia ter sido sua vida. Ela é uma mulher forte, íntegra, inteligente, por vezes dura, mas acima de tudo bela. Passa os dias a contar os dias, [re] lê histórias, faz estórias, cria mundos e assim se despede lentamente do seu futuro. Ontem, quando nos despedimos na saída do cinema, percebi um outro olhar, a tristeza não estava lá. No lugar dela fez-se um silêncio quase como um grito. Percebi que ela está desistindo e que, a cada dia há menos dias.
Tento, inutilmente, fazê-la feliz. Tento lhe emprestar sorrisos, sonhos, mas ela caminha sobre nuvens. Sua religião é ele, e a mesma não a levará para o céu. Ela sabe. Está condenada a vagar por entre mundos a procura de dormitórios. Não poderá nunca mais dormir, assim não conseguirá sonhar. Sem os sonhos estará mais uma vez no irremediável abismo que separa corpos, mundos, universos. Não consegue perceber que sempre foi assim. Sempre esteve separada, principalmente dele. Ele nunca esteve lá. Não ouviu quando ela pediu amor e nem quando reivindicou presença. Ele não escuta outro som que não o da sua própria dor. Dois amantes, separados por uma dor. Dele, agora dela. Algumas vezes ele se faz presença, anuncia música, amanhece a lua, perfuma caminhos, ilumina o sol. Nesses dias ela recua, desaparece, para depois retornar menos ela, menos dela. Por enquanto os dias se seguem assim. Ainda hoje me lembrei deles juntos. Por um rápido momento os vi num sonho real. Ela estava feliz. Nessa época eu ainda era um coadjuvante, não participava de todas as cenas, mas por algum milagre estava lá. Vi quando ele a abraçou, beijou. Ela está correta. Ele a ama, mas o seu corpo inteiro precisa saber. Naquele dia ele sabia e por isso ele era forte. Hoje a dor ocupou lacunas, barreiras quase intransponíveis, ele se tornou novamente só e assim impede que ela se aproxime, na realidade ele a evita. Sabe que ela pode curá-lo, o amor dela pode. Ele tem medo, ela também. Hoje sonhei que eles estavam juntos. Não vi crianças, mas a vi lendo em baixo de um salgueiro enquanto ele corria com um cachorro. De repente ele a toma nos braços e os dois dançam. Seus corpos são leves. Ela é música, ele instrumento. Nos meus sonhos ela é feliz, ele também. Eu também. Vou dormir. Quero continuar sonhando, assim posso vê-la de novo sorrir.

16 maio, 2006


"Encostei-me a ti sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras somente nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando caí". Cecília Meireles
Ela dança como quem voa, ele pensou, e imediatamente estava a cercá-la. Primeiro com o olhar. Permaneceu assim durante vários minutos, seus olhos acompanhando os movimentos suaves, delicados, mas não sem algum tipo de força , de marca. Ela deslizava por entre o salão e ninguém a podia, nem mesmo aquele estranho. Seus olhos marcavam espaços, faziam estradas, construíam caminhos. De repente ela estava lá, tão perto que o perfume podia ser sentido por ele. Jasmim, ele pensou mais uma vez, só poderia ser. O perfume do jasmim se contradiz com o tamanho da flor, ele é maior, assim como ela, maior do que aquele lugar, do que aquelas pessoas, do que ele. O olhar se tornou insuficiente, agora era o olfato que tentava obtê-la. Minutos depois concluiu que todos os seus sentidos perceberam-na. Ela estava nele, quase completamente. Nenhuma parte, por menor que fosse, pôde ser esquecida. Naquele momento ele passou a ser dela. Dali por diante, tudo que fizesse, para onde fosse , ela estaria lá.
"Licença", e assim ele a ouviu pela primeira vez. Para sempre se lembraria daquela voz. Era como no sonho de minutos atrás, era palpável como o veludo. Voz doce, como aquelas que elevam, que subtraem. Posso me sentar foi a segunda frase e assim os dois se encontraram, se conheceram. Horas mais tarde ela também era dele. Todos os segundos passaram como se fossem eternos, únicos. Não existiam limites, não havia o fora e assim ele se perdeu. Naquele dia fizeram poesia, poema, canções.Contaram e cantaram suas vidas, sorriram e ela chorou nele. Ele acolheu sua dor, beijou e a amou muitas vezes. Viu-se como nunca antes o tinha. Quando menino pensava não ser possível o amor, pessoas ferem quando amam, e assim nunca tinha se dado, compartilhado. Guardou uma lágrima, calou sua infância. Ao amanhecer, pela primeira vez ele percebeu o que havia se passado. Viu que ela se vestia, era mais bonita assim, com a luz da manhã, sem a sombra da maquiagem que todos nós usamos quando queremos conhecer alguém ou quando queremos desaparecer de nós. Seu cabelo estava molhado, o que indicava que ele havia dormido e, com isso, perdido mais tempo, mais do tempo, menos um pouco de si. Ela deu um sorriso, disse algumas palavras que ele não se lembra mais. Ele tentou prendê-la por mais alguns minutos, imediatamente se lembrou de como a tinha visto pela primeira vez. Ela dançava como quem voava. Descobriu que não podia. Ela era livre, ele, para sempre, estava preso. Ele nunca soube mais daquela noite. Vez por outra, quando ouvia um poema, POEMA, se lembrava, sem saber, de uma coisa boa. Um sorriso aparecia nos lábios e ele ficava bem. Um dia ela apareceu e mais uma vez ele soube. Nunca esteve tão só como naquele momento.
"Ele reza toda noite para encontrar outra mulher. Constatou que não adianta rezar contra ela. Ela é sua religião". Fabrício Carpinejar

05 maio, 2006

Estamos com cara de quem vai perder o controle da situação? Vamos, fala aí...Acha mesmo que o que vem de encontro não incomoda? E quem está do outro lado da rua, pode ou não me machucar?E aí, quem responde? Olha bem nos meus olhos!Vamos sacudir, quebrar tudo...Não fica, se eu disser que não fica, não fica!!!E assim, vamos tirando as pedras com as mãos...Saindo da raia dos loucos...Tá, é isso aí, revolução combinada, bandeira hasteada, mas resta mesmo saber exatamente o que queremos...Mas quando soubermos, rs, rs, rs, daí não teremos mais que aturar os que não suportamos, nem lembrar das pedras que chutamos, vivendo a ânsia do que provoca a impotência...Hum... Acho que vou recolher a ideologia, guardar a bandeira, e tentar concluir minhas leituras, tenho que entregá-las na sexta, é meu dia de apresentar seminário...Valeu!!
Marco Antônio

03 maio, 2006

"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma".
Clarice L.

02 maio, 2006

Aquela outra cena me mostra que poderia ser sempre diferente, então sou invadido de novo por esta vida, minha, ou quase, e tudo de novo desaparece. Faço força para voltar e sei que não se chega onde nunca se esteve antes, simplesmente porque lá não existe. Não quero cenas, imagens. Quero dar conta do compromisso feito com os comigos de mim.

01 maio, 2006

Domingo de céu estrelado com amigos e ótimas histórias para contar.

27 abril, 2006

Hoje o que me habita é a impossibilidade, de mim, do outro e de todos outros dentro de mim.

23 abril, 2006



Robert De Niro - Taxi Driver

Debemcomavidaesemtempoparaperdercomgentequenãomerece.Querosempremais.

15 abril, 2006


“Não conseguimos desembarcar de nós mesmos” Bernardo soares



Espio a vida por entre frestas. Que bom seria se ela me tivesse sido dada, emprestada, negociada, ou qualquer outra possibilidade que me permitisse vê-la sem um espelho a decifrá-la. Daqui de onde observo vejo metade de tudo, metade do mundo, metade da lua que para mim é sempre minguante. Assim também eu minguo, desapareço entre as luzes que chegam a brilhar nesse pequeno espaço que chamo meu. Ouço risos das festas que não participo, vejo sombras de corpos juntos, bebo em copos vazios e ouço silêncio por onde me espremo. Aqui, aquilo que se mostra é ímpar. Existe menos de um neste canto, neste pranto, nesta noite.

Foto: Fabrício Lima - Tiradentes - Abril/06

09 abril, 2006

Noite,


..."Saudade que eu sei donde me vem...Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!" Florbela Espanca

08 abril, 2006

Sou de novo e mais uma vez. Renascendo depois de uma tempestade quase devastadora mas que deixou e não só levou. O que fica depois de um choro, de um desespero é sempre a vontade de nascer. Um dia me dividi em milhões e hoje me reencontro com alguns outros de mim. É sempre difícil suportar a dor do que não foi, do que poderia ter sido, daquilo que foi em imagens e só dentro de nós. É desconfortável rever a cena e de novo não poder. Mais difícil ainda é renascer. É andar para encontrar o desconhecido sempre tão presente. No dia de hoje aquilo que não se revela também maltrata, causa dor, mas vou de novo em busca. Do meu, de mim.

25 março, 2006

futilidade

Só quem usa óculos pode entender a satisfação de se olhar no espelho e ver que aquele óculos que você achou lindo ficou igualmente perfeito no seu rosto. Esta é minha emoção hoje. Comprei um prada que valeu todos os centavos e olha que foram muuuuuitos!

19 março, 2006

Ela tinha um silêncio que me abraçava. Era um silêncio de amor, de respeito, também de medo mas, sobretudo, de conforto. Como eu me sentia protegido quando ela me refletia através daqueles doces e tristes olhos. Para nós as palavras nunca foram muito necessárias, antes, o nosso olhar construía caminhos. Assim, não escancaramos verdades e também não edificamos mentiras, não nos precisamos doer, não desabamos no inabalável destino daqueles que precisam de palavras. Nosso amor não precisou ser provado, provocado, medido, testemunhado. Fizemos o incondicional. Lembro-me que no último dia os seus olhos eram de medo, ela não queria, mas também não sabia como reverter o processo. Me olhou com olhos tristes, disse que me amava. Eu sabia. Disse de novo. Olhou-me de novo, agora dentro, bem dentro. Senti. Chorei. Depois de alguns dias ela se foi. Aquele silêncio hoje conversa dentro de mim. Aqueles olhos sorriem, também dentro. Fundo. As palavras continuam desnecessárias, mas gostaria de lhe dizer e ouvir. Hoje fiquei triste com os ecos.

12 março, 2006

..." que pena que, às vezes, a vida tenha de esperar tanto tempo para renascer da sepultura! Que pena que, às vezes, a vida só tenha uma chance depois que a morte faz o seu serviço..." Rubem Alves - Retratos de Amor.
Foi assim que este livro me surpreendeu na noite de hoje me levando direto ao contato com a morte. Revivi anos, meses, semanas, horas... Fui "re-colocado" em lugares sombrios da minh'alma e me vi, muitas vezes, ausente do amor. Pude perceber que em vários momentos me ausentei de mim e assim perdi contato com o outro. Vi que tento dar conta de uma falta. Já sabia teoricamente, hipoteticamente. Agora o saber é mais profundo, mais meu, mais no corpo. Faz marca, faz punctum. Tentei calar um choro sofrido, mas não consegui. As lágrimas vieram e foram bem-vindas. Às vezes é preciso lavar a alma. Onde eu estava todos esses anos? Tantas vezes morto e morto de novo? Descobri que sentimentos não podem ser prometidos, eles são vividos, hoje, amanhã, depois... para renascer depois, quantas vezes for possível. Lembrei de promessas não cumpridas, livrei-me da culpa. Não se promete amor. Hoje, meu destino mais uma vez se faz trágico. Eu soube, eu sei. Já não consigo sair desse lugar, permanecer nele é desconfortável. Amar mapas. Ausência. Dói de novo, e a cada lembrança uma nova pontada, um novo medo. Amor e ausência... já não estou aqui, não mais.

11 março, 2006

Rubem Alves

10 março, 2006

Hoje eu li uma frase que me surpeendeu. Não posso entrar em detalhes do conteúdo da própria, mas posso dizer que as pessoas são muito engraçadas. Na maioria das vezes elas são loucas, mas engraçadas é um bom adjetivo. Clarice tem uma frase muito boa sobre o cacto publicada em um post abaixo. Falamos de nós, quase sempre. Agimos sobre nossas impressões,quase sempre. É imperioso saber que nós estamos no discurso, ou na melhor das hipóteses o nosso inconsciente está. O que sai da nossa boca é balela, quase sempre. O importante ainda está lá, trancafiado, escondido, camuflado. A gente pode até querer, mas felicidade, amizade, cumplicidade, amor, paz são outra coisa. POR HORA É SÓ.

A semana começou com boas notícias. Meu irmão nasceu. Ainda não o conheci pois só cheguei de viagem hoje, mas me disseram que ele é lindo. Que ele seja muito bem-vindo, feliz, amado, saudável, querido e tudo mais. Beijos João Davi.

06 março, 2006

arghhhhhhhhhhhh.

02 março, 2006

Clarice é uma excelente amiga em dias turbulentos. Ontem ela foi ímpar. Me ajudou a compreender um pouco da natureza animal-humana, me ajudou a ter calma, me fez pensar! Estou suavemente feliz, esperando a naturalidade.

01 março, 2006

"O cacto é cheio de raiva com os dedos todos retorcidos e é impossível acarinhá-lo. Ele te odeia em cada espinho espetado porque dói-lhe no corpo esse mesmo espinho cuja primeira espetada foi na sua própria grossa carne. Mas pode-se cortá-lo em pedaços e chupar-lhe a áspera seiva: leite de mãe severa."
Um sopro de vida - Clarice Lispector.




"Abandone-se, tente tudo suavemente, não se esforce por conseguir - esqueça completamente o que aconteceu e tudo voltará com naturalidade."
Laços de família - Clarice Lispector.


28 fevereiro, 2006

" A vida é um soco no estômago"

"...uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida."
Clarice Lispector
Apesar de tudo eu estou aqui, mais inteiro hoje, mais sofrido também. Porque se pode estar sofrido e inteiro. É um mistério.

"Para existir saudade, tem que haver amor e ausência."
Rubem Alves

27 fevereiro, 2006

Segunda-feira de carnaval. Hoje tem Mangueira e jantar na casa de um amigo, com os melhores amigos. Nunca estive tão em Brasília, e isso me faz bem, como faz!!!!!!!!

14 fevereiro, 2006

E esta cara amarrada, amedrontada, confusa,triste
Este sorriso silêncioso, fechado, doído, solitário
Estas mãos que não voam, retraídas, cansadas, falidas
Este coração sangrando, machucado, adulterado, mal-tratado, enganado
Este não é você.
Você é mais, mesmo sem saber.

A "Estação Primeira" tem razão.
Rio São Francisco em Pirapora

13 fevereiro, 2006

MANGUEIRA 2006


Enredo: "Das águas do Velho Chico, nasce um rio de esperança"Autores: Henrique Gomes, Gilson Bernini e Cosminho

Vou navegar...
Com a minha Estação Primeira
Nas águas da integração chegou Mangueira
Opará... rio-mar, o nativo batizou
Quem chamou de São Francisco foi o Navegador
Na serra ele nasce pequenino
Ilumina o destino, vai cumprir sua missão
Se expande pra mostrar sua grandeza”Gigante pela própria natureza”

A carranca na Mangueira vai passar
Minha bandeira tem que respeitar
Ninguém desbanca minha embarcação
Por que o samba é minha oração

Beleza... o bailar da piracema
Cachoeiras um poema a preservação
Lendas ilustrando a história
Memórias do valente Lampião
Mercado flutuante, um constante vai-e-vem
Violeiro, sanfoneiro, que saudade do meu bem
O sabor desse tempero, eu quero provar
Graças à irrigação, o chão virou pomar
E tem fruta de primeira pra saborear
Um brinde à exportação, um vinho pra comemorar
O Velho Chico! É pra se orgulhar

O Sertanejo sonhou
Banhou de fé o coração
E transbordou em verde e rosa
A esperança do Sertão

03 fevereiro, 2006

Silêncio!...No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...
Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim!Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!
Estou junto de ti, e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho nos meus braços!

E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...

Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...
Florbela Espanca



É isso!!!

01 fevereiro, 2006

"- E olha que ele é psicólogo." Escutei essa frase diversas vezes, desde que me formei em psicologia e decidi atuar na clínica. Porém, hoje, ela soou estridente, descompassada, atingiu um lugar já doído. Sim sou psicólogo. Sim tenho dores. Sim elas me afetam da mesma forma, ou mais, ou menos... afetam. Tenho inseguranças, medos, ansiedade. Sinto ciúmes, raiva, tristeza. Foi assim hoje. Alguém querido disse. Fiquei vermelho. Senti o sangue todo do meu corpo fazer pressão... Não disse nada. E eu, tão acostumado a dizer, me calei. Mas a frase ainda faz ecooooo. A frase não, minto, mas tudo o que ela representa, todo o imaginário acerca de mim, da minha vida, das minhas escolhas. Culpa minha também. Eu quis. Deveria não ter sido tão... assim. Talvez hoje eu pudesse outras coisas... Coisas minhas. Coisas outras. Sei que está difícil de entender, mas não é para entender mesmo. Assim posso ser eu não sendo, e tudo fica bem. Será?

31 janeiro, 2006

Último dia do mês!!!!!!! Foi uma mês diferente. Começou diferente. Ano novo. Fabrício diferente. Não sei dizer, explicar. Estou mais só, mas estou mais. É engraçado, de vez em quando dois menos um são dois. Os que ficam têm algo a ser descorberto, e eu quero. Descobrir, re-inventar, transformar.

26 janeiro, 2006

Estou com preguiça. Preguiça das pessoas que não tentam, das que falam mal de tudo, das que só olham para o umbigo. Preguiça das que acham que o mundo deveria ser melhor, só para que elas fossem felizes. Preguiça das que se acham melhores, piores. Acordei assim. Acho que foi o sonho, ainda distante, e a cada segundo mais. Estranho... sei que tive um sonho. Quero um quintal. Se ele vai ser grande, ou não, não interessa a ninguém. Não quero ficar justificando o tamanho das minhas escolhas e nem a forma delas. Hoje estou com preguiça da burrice.Burrice que não permite se ver, se tocar, se ouvir... Burrice de não ousar, de não acreditar, de só se apaixonar e nunca amar. De só procurar o defeito. Burrice que aniquila possibilidades, que engessa. Burrice de achar que felicidade se constrói em 4 dias. Burrice que subtrai. Chega.


O que será, que será?Que andam suspirando pelas alcovas?Que andam sussurrando em versos e trovas?Que andam combinando no bréu das tocas?Que anda nas cabeças, anda nas bocas?Que andam acendendo velas nos becos?Que estão falando alto pelos botecos?E gritam nos mercados que com certeza está na natureza.Será, que será.O que não certeza, nem nunca terá?O que não tem conserto, nem nunca terá?O que não tem tamanho?
O que será, que será?Que vive nas idéias desses amantes?Que cantam os poetas mais delirantes?Que juram os profetas embriagados?Que está na romaria dos mutilados?Que está na fantasia dos infelizes?Que está no dia a dia das meretrizes?No plano dos bandidos, dos desvalidos?Em todos os sentidos.Será, que será.O que não tem decência, nem nunca terá?O que não tem censura, nem nunca terá?O que não faz sentido?
O que será, que será?Que todos os avisos não vão evitar?Por que todos os risos vão desafiar?Por que todos os sinos irão repicar?Por que todos os hinos irão consagrar?E todos os meninos vão desembestar?E todos os destinos irão se encontrar?E mesmo o Padre Eterno,Que nunca foi lá,Olhando aquele infernoVai abençoarO que não tem governo, nem nunca terá?O que nao tem vergonha, nem nunca terá.?O que não tem juízo?

25 janeiro, 2006

Ontem, por um instante, fiquei ausente de mim. Estou de volta.
Obrigado por estar por (tão) perto.

24 janeiro, 2006

A menor parte de mim. Quando não dói, enche o saco!!!!!!

19 janeiro, 2006

Clarice disse em A paixão segundo G.H.
"- Ah, mão que me segura, se eu não tivesse precisado tanto de mim para formar minha vida, eu já teria tido a vida."
Em alguma verdade que não a minha, há de existir uma explicação para tantos(tamanhos) desencontros. De uma só vez fizemos abismos, destruímos sonhos e alimentamos o avesso. Na tentativa de me achar, para que eu te achasse, você retorceu o proibido e encontrou o outro lado da fúria. Hoje não me sinto mais perto. Assim com G.H., procurando sua humanidade e se desviando do inferno a cada segundo mais próximo, vou me desviando de você e dos seus planos traçados. Também quero dar lugar a um novo mundo de possibilidades e te largar no ponto em que você se perdeu de nós. Agora, não quero a sua trégua. Quero o meu caminho, e poder fazer dele a diferença marcada, o traço inscrito, a arte não desbotada, de uma vida minha, incompartilhável com o seu destino, sua dor e suas desilusões, tão bem guardados na extensão de sua vida e de todos os seus momentos. Suportei, em silêncio, o grito de agonia por te ver, tantas vezes, percorrer estradas, tangenciando profundos abismos. Você sempre foi bicho arisco, sem dar conta do outro. Também não tenho capacidade para o outro, mas ainda tenho vontade de mim, e por hora, ISSO ME BASTA.

15 janeiro, 2006

EU AMO, demais, intensamente,deliciosamente. Amo minha família, meus amigos, meus mais-que-amigos e sobretudo amo a mim mesmo. Assim, amo minha liberdade de escolha, minha liberdade de não-escolha, meus caminhos traçados e os que ainda não caminhei. Este ano já começou diferente. Estou mais calmo, mais inteiro, mais verdadeiro ao que acredito, ao que quero, ao que sonho.Quero uma vida que me surpreenda, embora saiba que surpresas nem sempre têm a força de vida. Quero minha vida cada vez mais minha e poder fazer dela uma dança de possibilidades. Não quero me esconder, dos outros, de mim, de... É engraçado, não tenho mais grito preso. Posso sussurrar...
Deliciosa noite de sábado, com amigos mais que queridos, rindo bastante de tudo, de todos, de nós.
Fomos a uma festa no mínimo EXÓTICA,mas que era feita de pessoas reais. Foi bom ver o traço do real.Esbarrei ontem na vida das vidas não vivas, mas que para mim estão mais vivas do que os bonecos de plástico que andam por aí. Um ponto para os "bandidos".

09 janeiro, 2006

Sem dúvida alguma, tive uma das melhores passagens de ano de toda a minha vida!
Cheguei dia 28 de dezembro ao Rio de Janeiro sem ter noção do que encontraria, na realidade deveria ter sabido. Foram dias surpreendentes. Oito pessoas dentro de um apartamento pode parecer assustador num primeio momento, mas não aquelas oito. Reunimos os melhores. E aí, já viu! Rio de Janeiro, apartamento perto de tudo, Ano novo e amigos, só poderia dar no que deu!!!!! Obrigado queridos pelo excelente reveillon.