27 dezembro, 2005

Queria escrever. Juro que tentei, mas a agonia foi maior. Ano que vem... Até lá!

19 dezembro, 2005

19 de dezembro

Quero dançar como se ninguém pudesse ver. Quero sorrisos largos, indescritíveis. Quero o sabor das comidas, o gosto do beijo, o cheiro das flores. Quero poder acordar cedo, acordar tarde. Quero o riso dos meus sobrinhos, o abraço do meu irmão, o colo do meu pai, a oração da minha irmã, a lembrança da minha mãe e poder dela sentir muita saudade . Quero a docilidade da minha cunhada. Quero os meu amigos próximos cada vez mais próximos. Quero a palavra certa, livre. Quero minha lucidez, minha loucura, meu pranto, meu canto. Quero ouvir música, barulho de rio, canto de pássaros, latido de cachorro. Quero amar, ser amado, sentir paixão, estar enamorado. Quero nadar pelado, tomar banho de chuva, tomar sol, nadar no mar. Quero conversas que me arrebatem, filmes que me emocionem, conversas que me façam rir. Quero a garganta sem nós, as costas sem nódulos, os rins sem pedras, o estômago sem feridas. Quero lágrima nos olhos, sorriso nos lábios, riso no corpo. Quero fogo e água e terra e ar. Quero doce de leite, purê de batata, pizza, veuve clicquot, fim de tarde com meus amigos. Quero amanhecer o dia com a Rak, dormir na casa da Paul, ouvir histórias antigas, recontá-las. Quero o Shwprys sempre e para sempre feliz e muito , muito perto. Quero reveillon em família, sozinho, acompanhado, de um, de dois, de cem. Quero um carro melhor, uma casa com jardim, cachorros por todo canto. Quero ter filhos, buscá-los na escola, contar estórias e histórias na hora de dormir, dar mamadeira, vê-los pintar o rosto de coelhinho na páscoa, dar beijo no machucado, chorar quando eles se forem. Amar os netos e fazer tudo de novo. Quero poder ter tristeza sem culpa, sem medo. Quero nadar, voar, andar, ouvir, ver, saborear, tocar, sentir. Quero cidades novas, cidades velhas, outros rostos. Quero shows com a Roberta, Brownie com ela também. Quero poder ser, viver, envelhecer. Ser todo dia e de novo e sempre e mais uma vez, porque o que realmente importa no dia do nosso aniversário é poder sonhar, estar, movimentar. Quero a presença de Deus, saber que Ele me ama, sentir o Seu amor. Quero uma vida doce, digna, honesta. Quero meus amigos para falarem de mim quando eu já não estiver aqui. Quero o Tavinho sempre. Quero asas. Quero chão.

18 dezembro, 2005

Felizmente, Feliz!

14 dezembro, 2005

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." Clarice Lispector

12 dezembro, 2005

Reveillon no RIO!!!!!!!!
Agora sim está tudo certo.

09 dezembro, 2005

"Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo..." Guimarães Rosa
Não vivo há espera de milagres, entretando não os evito. Se vierem, que sejam bem-vindos.
Nessa última semana um filme, antigo, meu, doce, passou pela minha memória, reativando, mais uma vez, o universo de tantas possibilidades. Nas não-escolhas há, sim, um eterno "e se..." Mas agarro a minha vida como se fosse esta, atual, presente, irremediável.
Lendo Pessoa me deparo comigo no trem que me leva a uma rua estreita e distante, para depois me levar novamente até aquele outro. Eu - outro. Traço constante nesta quase minha vida. Quando era pequeno, lembrei, raro era o dia que não queriam me bater na escola. Geralmente saía escoltado pela minha mãe ou pai que nunca entediam o motivo de tanto ódio. Nem Eu. Tinha muitos amigos, sobretudo amigas, o que incendiava a frustração quase visível daqueles quase garotos. De alguns, me tornei colega anos depois, de outros a única recordação é de suas caras feridas e raivosas esperando pelo momento de beberem o sangue. De mim, lembro do choro engasgado, do sorriso malicioso e de alguns pedaços que ficaram para trás. Lembro de uma tristeza sozinha, num canto qualquer na quadra de esportes. ..."Mas isso era outro mundo. Contudo minha mágoa nunca me fez ver negro que era cor de laranja"... Durante às noites lia a vida de outros e desejava, "um dia, quem sabe, serei outro". Aqui estou. Quem? Qual deles?
"Vou vivendo morrendo, Vou sendo eu através de uma quantidade de gente sem ser, Vou sendo tudo menos eu, acabei". Assim, Fernando que é Pessoa, me arrebata. Não há, nos próximos minutos, porto capaz de me ancorar e nem vela que me ajude a um destino. Se estou à deriva é porque nesse tímido 'acabei' nada me resta, a não ser, o outro. Ele me vijia e no mínimo intervalo, pronto. É ele. De novo inrompendo a camada fria da pele, saindo pelos poros em busca de vida, desejando, uma outra vez, o sol. Nessas indas e vindas, confesso ficar cansado. Trabalho árduo SER. Um ou outro. Um. Outro. "Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim".