28 outubro, 2005

Efeito do edital!

Fiquei pensando como seria ter uma vida que não esta, mas com esta consciência. É estranho, por que se não fosse esta, o inconsc também não seria este e aí a consciência (esta) estaria completamente comprometida, não podendo, portanto, estar lá. A outra vida então seria sempre outra. Conclusão: Minha vida é esta mesma-mesmo. Com suas incongruências,(im) perfeições, erros, acertos e todo o Resto que é tão tudo nunca sendo pouco.

21 outubro, 2005

Li uma história em um blog hoje que me fez voltar pelo menos 20 anos ao passado...
Quando era pequeno tinha um cachorro em um apartamento, cachorro pequeno, comprado para 3 crianças e que era a nossa alegria. Lembro do dia em que fomos buscá-lo - é engraçado como algumas lembranças nunca se vão - e do tempo em que ele viveu. Na realidade ele "apareceu" depois que um outro cachorro que tínhamos foi roubado enquanto eu passeava com ele perto de casa. Aconteceu que o síndico que não se dava com meu pai colocou veneno nas escadas.Um dia, ao chegar em casa de um almoço -era domingo, percebi que ele estava estranho, quieto, triste, com olhos distantes... Sabe quando um bicho tem olhos distantes? Eu soube. Saímos para brincar. Nunca corremos tanto como naquela tarde. Por um momento eu acreditei que ele ficaria melhor. Ao voltar-mos para casa, ele começou a passar mal e morreu 3 horas depois, no veterinário, vítima de envenenamento. Eu tinha por volta de 9 anos e não sabia - ainda não sei - como o homem podia ser tão cruel. Foi o primeiro sentimento de perda... Doeu muito e demorou a passar. Um dia, não sei quanto tempo depois, a dor não estava mais lá, mas para minha surpresa, hoje eu a percebi cá. Próxima, exata, inteira... menos dolorida, mas ainda viva, distinta, ímpar. Lembrei daquele domingo, da tarde linda que fazia, do pôr-do-sol, da minha mãe na janela, da falta que ela me faz,do seu sorriso, de que ela era uma parte...Engasguei, chorei. De saudade. Muita saudade. Mas agora não sei mais por qual das perdas...na realidade, sei.

20 outubro, 2005

Na minha urgência de te querer esqueço um pouco mais de mim e assim deixo a cada dia de ser. Alucino sua ausência, tentando desafiar o que sempre se instala que é a tua falta, faz vazio em um vida que seria, se já não fosse não-vida. Embora no aqui, tão distante. Num lugar inacessível, porque a mim não é permitido chegar. Dentro de mim, os sonhos mais doces, sublimes, de uma vida que não pode ser minha, mas que pode ser sua se lá eu não estiver. Essa dor de você não passa, aleija, impede. E assim vou não sendo, não por não ter você mas, sobretudo, por nunca ter tido a mim.

Que dia grande!!!!

19 outubro, 2005


Todo mundo diz que ter piscina em casa é perda de tempo, que o dono nunca usa. Eu concordo, em parte. Realmente não entrei mais de 3 vezes na piscina daqui de onde moro.Apesar dela ser ótima, tenho muita preguiça de ir e também não gosto de água gelada, mas ter a opção de entrar na hora que quiser é outra coisa, por isso digo que não é desperdício ter uma casa. Em dias como o de hoje, ela é quase que fundamental.Hoje o dia está insuportável. Saí da academia morto de calor, não deu outra...cheguei em casa e ela praticamente me obrigou a usá-la. Foi assim mesmo, sem possibilidade de dizer não. Se houvesse...eu não diria.

Eu me antecipo (quase) sempre, mas dessa vez eu me superei... Onde eu estava com a cabeça na hora de escolher o texto para apresentar na aula de hoje? O texto: Curso de lingüística Geral:Uma releitura - Arrivé. Entendeu? O texto na primeira metade é até bom(zinho), mas depois que ele começa com a bendita nebulosa... minha cabeça foi parar nas nuvens, acho que por uma relação associativa. Dizer que eu preferia ter lido o Lacan também não é verdade. Acho que neste exato momento quero tomar coca-cola lá na piscina e uma outra língua para estudar... fui.

18 outubro, 2005

Nasci e moro em Brasília. Não gosto de comparar a cidade com nenhuma outra, até porque Brasília é uma cidade diferente de todas que eu conheci. Gosto da facilidade que tenho de me locomover, gosto da lógica da cidade, dos seus espaços verdes, abertos, e principalmente do seu céu. Desde pequeno estou acostumado com obras de arte espalhadas pela cidade, sendo essa mesma uma arte. Talvez seja essa a grande frustração que tenho hoje em relação à cidade. Aprendi a pensar em Brasília e da mesma forma muitas vezes me sinto afastado da cultura, quando "comparo" com outras cidades. Falo da 29º mostra internacional de cinema em São Paulo. São muitos filmes em cartaz, que na melhor das hipóteses poderei ver um terço daqui há não sei quanto tempo. As coisas que tenho há fazer aqui me impedem de viajar até SP e com isso fico com a minha frustração. Também existe o fato de que não posso correr para SP toda vez que tiver alguma coisa que me motive, assim sendo teria que morar lá, o que não dá para fazer no momento e também não sei se gostaria. Apesar de tudo, ainda tenho grandes motivos para permanecer aqui,embora nos dias como os de hoje até o dia 03 de novembro preferisse estar em Sampa. Como diz a Robeta é o preço que pagamos por termos aprendido a pensar. Viu no que deu?


Barbara Kruger

Malho. Odeio. Odeio não, não gosto. Malho porque o médico mandou, porque meu colesterol está muito alto, porque tenho 28 anos e não quero morrer aos 30, porque não quero ser uma panqueca aos 40 anos, porque quero ter sexo aos 50, porque quero dirigir aos 60 e continuar vivo aos 70. Depois seja o que Deus quiser.

17 outubro, 2005

Depois de um dia de domingo, digamos,turbulento, no fim da noite fui comer com a Roberta e a Denise e enfim a paz voltou ao meu estômago... Um delicioso fettuccine ao frutos do mar, com direito a Brownie e sorvete de creme de sobremesa (divino), e um delicioso Hot dog do Marvin no lugar do café!!!! Foi uma noite ótima, COMPOSTA, num domingo de muito calor e alguns contra-tempos. A conversa foi agradabilíssima e mais uma vez percebi como é bom ter amigos inteligentes, bem humorados e compostos(hahahahahaha).Valeu Beta e Dê pelo convite e pela companhia, sem dúvida alguma, perfeita.
PS: Espero que o seu dedinho esteja melhor...

16 outubro, 2005

Desculpe-me mundo se o que te peço é um pouco de respeito e consideração. Se insisto em colocar o que me aflige e de pedir o mínimo de comprometimento. É uma pena que tenha sido assim, realmente uma pena.

15 outubro, 2005

Barbara Kruger.

Cadê?

Por mais que o É seja, ele sempre será o FOI.
Como tudo é fugidio, como é sempre passado o presente.Como sempre é, de novo, presente. Já disfarçado, já outro. Já o Outro.

Ontem o dia foi especial. Começou com uma excelente aula de taquigrafia, depois de três meses sem pegar no lápis, consegui pegar bem os ditados. A notícia que o concurso vai ser em janeiro também me deixou muito feliz, mas o melhor ainda estava por vir... Fui à livraria cultura comprar um livro que venho namorando há muito tempo, Arte Moderna-Argan, depois de muito pensar, ele não é baratinho, fui ao caixa pagar. Minha surpresa... Na hora do pagamento fui "sorteado" e não precisei pagar nada pelo livro. Isso mesmo, ele foi de GRAÇA... Pela primeira vez na vida, ganho alguma coisa que vem por sorte...
De noite fomos comemorar o aniversário do Alex... Ele nos presenteou, no dia do seu aniversário, com sua cia e com um delicioso jantar no japonês...Valeu Alex, há muito tempo não me divertia tanto...
A noite acabou entre um planeta e outro. Muitas sensações (re) conhecidas, muitas lembranças de uma época bastante diferente, mas acima de tudo, muita risada e experiências que para sempre serão lembradas. Não sei dizer ao certo por onde eu flutuei ontem, sei que tive medo de não voltar de todos os lugares que conheci dentro de mim... Falamos sobre tudo e sobre o nada... (Difícil esse nada né Edu?) Rimos muito de nós, dos outros, e dos nós-outros.Lembrei, lembrei e lembrei...de quanta coisa boa, de tantos amigos bons, de que o agora é muito caro para ser desperdiçado!!!!!

13 outubro, 2005

Quantas vezes recebi um presente pelo correio? Acho que foi a primeira vez. Cheguei em casa hoje de manhã e para minha surpresa havia um pacote sem rementente na portaria. Para minha felicidade um livro de Gustav Klimt, autor do maravilhoso O Beijo e tantos outros. Não tenho certeza, mas só uma pessoa poderia ter feito isso... Vou me certificar e depois revelo o nome do meu noel de outubro.

12 outubro, 2005

Para amar tem que se deixar/

viajar, cair, contrair/

tem que se deixar/

Doar, respirar, flutuar/

somar, multiplicar, achar/

juntar,ouvir, se ouvir/

se perder, se encontrar.



10 outubro, 2005

São 23:00 horas e faz tanto calor em Brasília que me lembrei quando estive no Cairo. Ao sair do aeroporto em direção ao hotel, passamos por palácios lindos até entrar na cidade "propriamente dita". Muito calor. As pessoas, em sua maioria, estavam do lado de fora de suas casas para se refrescarem. E assim andamos por mais ou menos 30 km vendo a população através de um ônibus de luxo com o ar condicionado "no último". Não sei porquê...me lembrei de lá. De uma viagem que foi ótima em todas as suas dimensões. O Cairo é uma cidade maravilhosa. Apesar da pobreza, seus habitantes são maravilhosos, a comida deliciosa e o mercado egípcio é qualquer nota. Me lembrei de alguns amigos de viagem...e como eramos amigos!!! Logo depois, muitas mudanças fizeram com que fossemos por caminhos muito diferentes...Fizemos escolhas arriscadas, mas acho que sobrevivemos todos muito bem. Não costumo ser nostálgico em dias de calor, mas hoje foi inevitável.Espero voltar ao Cairo breve,agora com outra companhia, espero também que chova logo em Brasília...

Voltei para a taquigrafia hoje depois de três meses parado e senti a velha dificuldade... A velocidade!!!! Minha mão doeu,esqueci várias convenções,enfim, foi terrível. Depois de taquigrafar 130 ppm voltar para 105 e não conseguir é bem complicado, mas vou me esforçar para superar os limites... O limite, este antigo.novo e sempre personagem da vida, se não de todos pelo menos da minha. E como é difícil lidar com ele e com suas várias facetas que se apresentam sempre em um momento de expectativa, vontade, desejo. Não adianta, é tentar dar conta de não dar conta e não esquecer que ele re-apareçe (sempre) depois da curva.

07 outubro, 2005

Tenho que confessar...conheço a poesia da Florbela Espanca há algum tempo, mas de uns dia para cá ESTOU AMANDO suas doces e melancólicas palavras, as vezes difíceis de serem lidas, mas com uma verdade que, em tantas outras vezes, me sufoca. Realmente não é fácil ouvir sobre solidão, morte, dor e perdas, mas Florbela é mestre na arte de traduzir e nos emocionar com esses temas.
Eu sou


Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte
Sou a irmã do sonho e dessa sorte
Sou a crucificada, a dolorida
Sombra de névoa tênue e esvanecida
e que o destino amargo, triste e forte
Impele brutalmente para a morte
Alma de luto sempre incompreendida
Eu sou a que passa e ninguém vê
Sou a que chora, triste, sem o ser
Sou a que sofre sem saber por que
Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou.
Florbela Espanca

Tô bem sumido daqui. Não é falta do que escrever, é preguiça mesmo. Tenho lido tantas coisas que fico sem saco de pensar, mas hoje me deu saudade daqui. O final do mês de setembro foi bem agitado. Visitei lugares pela primeira vez(que festa boa), Reencontrei pessoas especias e outras nem tanto. Vi o Marco jogando Flipper(uma cena imperdível), fui a festas, me diverti, gastei(muito), voltei para a academia, voltei para a taquigrafia, e aí...outubro começou. O que será que virá??