04 novembro, 2006

O que sinto não é mágoa. O que sinto é saudade. Pela manhã minha pele pede seu calor, meu corpo sua violência. Não dou conta do seu silêncio.

Penso em você e assim me desconstruo para mim, para os outros e principalmente para você. Descobri que você não me quer meu, me quer seu. Assim, torno-me alicerce para a sua dor e você existindo enquanto eu desapareço. Eu desgovernado, também paralisado. O que existe entre nós é um abismo que tento preencher com o amor que você não quer. Meu amor para você é saúde, para mim é veneno que tomo ao poucos. Hoje minh'alma é sombria e meu quarto é frio. Hoje já não componho melodias, o que construo são fragmentos de saudade. A dor é de você. Basta uma palavra... Cadê? Conto vagalumes. O beijo que me deu trago comigo. As promessas joguei-as no mar. Sem elas os beijos são correntes e eu me afogo sem querer voltar.