31 agosto, 2005

Não foi sempre assim, digo, não foi sempre desse jeito que ela se pronunciou. Com tanta avidez, necessidade, urgência. Às vezes eu pensava que era só uma questão de enfant, mas descobri que no adulte ela piora. Sim estou falando da ansiedade. Aquela coisa terrível que se apodera de nós como se tivesse vida própria e faz o nosso corpo se espatifar, girar, e cair em algum lugar mesmo que não seja macio. Hoje é um dia daqueles... Uma noite daquelas... Onde a expectativa do amanhã toma conta do hoje e não ajuda a funcionar nenhum dos dois. Eu sei... Deveria re-mediar, mas agora simplesmente não sei, nem o como nem o por quê. É a necessidade mais uma vez subvertendo a lógica e me mostrando que o EU, aquele outro irremediavelmente faltoso, não é senhor de si. Queria uma rede, uma praia, um silêncio, um colo...

24 agosto, 2005

Eu sou a pedra onde se diz adeus,/
confluência de encontros,palavras/
e soluços ainda não gravados/
Eu sou o silêncio em que se consuma/
o gesto final e a partida/

Uma das minhas mãos está voltada/
para onde a noite nasce/
e os passos iniciam/
o rude trajeto da memória./
Eu sou a solidão da madrugada/

A outra mão está voltada/
para o país onde as coisas/
já se petrificaram./
Aí surgiu o primeiro gemido/
e o espasmo da primeira sombra./
Inutilmente podereis gritar ante um inferno povoado/
de tantas estátuas./
O meu próprio desespero é inútil/
e contínuio eterno/
com os olhos de mármore./Lúcio Cardoso

"Não se pode escrever sem a força do corpo.É preciso ser mais forte do que si mesmo para abordar a escrita.É uma coisa gozada sim.Não é apenas a escrita, o escrito é o grito das fera noturnas,de todos, de você, e eu, o grito dos cães.É a vulgaridade maciça, desesperadora,da sociedade." Marguerite Duras

18 agosto, 2005

Eu. Como uma palavra tão pequena e usual é tão avassaladoramente incompreensível.

16 agosto, 2005

Mais ou menos recuperado do susto de ontem, sobrevivo. Ainda frustrado mas confiante que alguma coisa boa vai acontecer. Não vou desistir. Mas que a criatura poderia ter sido menos antipática, ah! isso poderia!

12 agosto, 2005

Te amo.

Saudade... muita saudade!!! Falar com você foi como viver uma vida em minutos. Não falamos sobre nada em específico, mas só de ouvir sua voz... queria estar aí com você. Certamente não iríamos direto para casa, o quê dificultaria um pouco o seu dia amanhã. Talvez fossemos passear de carro, andaríamos por vários bairros, ouviríamos nossas músicas... E você me daria aquele sorriso que eu adoro. Tiraria uma foto. Iríamos comer no fim da noite, ou no início da manhã... é tão bom ficar com você. Passei perto da sua antiga casa essa semana. Lembrei de nós. De um tempo onde as descobertas eram encaradas como sucesso e não muito como feridas. Lembrei da farofa, da cama de casal, dos quadros, da sua mãe, da sua irmã. Tanta coisa mudou. E nós, onde estamos? Você está aí, mas também aqui. Nas lembranças, na ausência do perfume, no sorriso, no aprendizado, na amizade, no amor. Queria um carinho seu esta noite...

11 agosto, 2005

Que venha o estudo!


O conceito de estrutura e o estatuto do inconsciente, esse é o nome do grupo de estudos do qual faço parte no percurso psicanalítico. Saussure,Arrivé,Benveniste,Jakobson, Lévi-Strauss e é claro Lacan e Freud irão me acompanhar durante o semestre. Já na UnB, a matéria chama-se Estudos da subjetivação e a bibliografia deve ser no mesmo nível. Linguística, semiótica, psicanálise... quer melhor? Eu, não!

09 agosto, 2005

Enfim, agosto. E com ele a possibilidade de (re) começos. Desisti de continuar evitando, meio displicente(será?). As possibilidades estão aí, mais uma vez. Fiz as inscrições, e de uma maneira que não sei bem explicar como, me sinto dono de mim e do meu destino. Até quando? Jeito complicado esse de viver. Já deveria ter dado conta. Mas como é que se dá conta, da vida... sempre ela. Me empurrando, dilacerando, abrindo portas...possibilidades. Bom, amanhã começa. Estou na expectativa. Tenho tido sonhos estranhos, bons. No de ontem eu estava lá. defendendo. Foi um sonho de esperança, de desejo. Ah! Freud, sempre tão perto, tão atual.

07 agosto, 2005

Ela sempre quis o amor. Ele chegou, mas ela não viu.