22 agosto, 2006

Gostaria de me prender nas asas de um pássaro e assim poder voar para longe daqui. Gostaria de um silêncio que não gritasse dentro de mim. Gostaria de um silêncio calado, sem ecos, sem imagens. Passei a noite vendo filmes. As imagens insistem em se manifestar como espíritos que buscam um lugar e não encontram. Tudo é desatino nesta manhã de impossibilidades. Tudo é vontade de ter pensamentos que calem. Tenho uma banda dentro de mim. Não tenho maestro. Escrevo para dar conta da dor, mas o que sinto é uma vontade imensa de não existir, talvez porque o instante seja outro e eu continuo preso nas imagens de ontem. Talvez porque eu seja eu e este me arrasta para o vale do não sentido. O que sinto é queda, o que vejo é que não tenho chão.

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