12 março, 2006

..." que pena que, às vezes, a vida tenha de esperar tanto tempo para renascer da sepultura! Que pena que, às vezes, a vida só tenha uma chance depois que a morte faz o seu serviço..." Rubem Alves - Retratos de Amor.
Foi assim que este livro me surpreendeu na noite de hoje me levando direto ao contato com a morte. Revivi anos, meses, semanas, horas... Fui "re-colocado" em lugares sombrios da minh'alma e me vi, muitas vezes, ausente do amor. Pude perceber que em vários momentos me ausentei de mim e assim perdi contato com o outro. Vi que tento dar conta de uma falta. Já sabia teoricamente, hipoteticamente. Agora o saber é mais profundo, mais meu, mais no corpo. Faz marca, faz punctum. Tentei calar um choro sofrido, mas não consegui. As lágrimas vieram e foram bem-vindas. Às vezes é preciso lavar a alma. Onde eu estava todos esses anos? Tantas vezes morto e morto de novo? Descobri que sentimentos não podem ser prometidos, eles são vividos, hoje, amanhã, depois... para renascer depois, quantas vezes for possível. Lembrei de promessas não cumpridas, livrei-me da culpa. Não se promete amor. Hoje, meu destino mais uma vez se faz trágico. Eu soube, eu sei. Já não consigo sair desse lugar, permanecer nele é desconfortável. Amar mapas. Ausência. Dói de novo, e a cada lembrança uma nova pontada, um novo medo. Amor e ausência... já não estou aqui, não mais.

6 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo. Tenha uma boa semana meu amor.

Binho disse...

Boa semana para vc também! beijo

Anônimo disse...

Absolutamente encantador. Beijo procê!

Anônimo disse...

Vou procurar esse livro...

Anônimo disse...

Babe, o cérebro da Balla parou sim, mas o seu tá precisando de um adubo....escreva mais! conte mais històrias! Eu aqui tão distante quero saber o que passa! Beijinho.

Binho disse...

Ahahahahahahaha. Vou sim!