19 março, 2006

Ela tinha um silêncio que me abraçava. Era um silêncio de amor, de respeito, também de medo mas, sobretudo, de conforto. Como eu me sentia protegido quando ela me refletia através daqueles doces e tristes olhos. Para nós as palavras nunca foram muito necessárias, antes, o nosso olhar construía caminhos. Assim, não escancaramos verdades e também não edificamos mentiras, não nos precisamos doer, não desabamos no inabalável destino daqueles que precisam de palavras. Nosso amor não precisou ser provado, provocado, medido, testemunhado. Fizemos o incondicional. Lembro-me que no último dia os seus olhos eram de medo, ela não queria, mas também não sabia como reverter o processo. Me olhou com olhos tristes, disse que me amava. Eu sabia. Disse de novo. Olhou-me de novo, agora dentro, bem dentro. Senti. Chorei. Depois de alguns dias ela se foi. Aquele silêncio hoje conversa dentro de mim. Aqueles olhos sorriem, também dentro. Fundo. As palavras continuam desnecessárias, mas gostaria de lhe dizer e ouvir. Hoje fiquei triste com os ecos.

4 comentários:

Anônimo disse...

A Alê tá morando aqui em Sampa desde 02 de janeiro. Nos vemos sempre. Ela já conseguiu trabalho numa super produtora e parece estar bem feliz. Essa é a separada ex-separada...é que não queria escrever no orkut, entendeu? Beijos melados.

Anônimo disse...

O que é dunctum?

Binho disse...

É punctum, não sei pq não quer sair o "P".É um conceito retirado do livro do Roland Barthes - A câmara clara - é quando a imagem tem o "poder" de causar furo. Quando alguma coisa de muito significativo para aquele que olha uma imagem escapa dessa imagem fazendo punctum. Mais ou menos isso. Beijo

Anônimo disse...

Preciso ser honesta,é tão ruim entrar no seu orkut e dar de cara com umas pessoinhas....